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Faltam transportes e apoios para saúde
Sobre as dificuldades e desafios que a cooperativa enfrenta hoje falam a presidente do Conselho de Administração, Deolinda Machado, e a sua tesoureira, Teresa Pires. A primeira sublinha a falta de resposta camarária aos insistentes pedidos para melhorar a oferta de transportes públicos: “Não existem transportes públicos capazes. É uma situação que nos cria imensas dificuldades no acesso ao polo por parte dos trabalhadores, das visitas e nas deslocações dos próprios utentes. Os poucos transportes que existem nem sequer estão concertados, pelo que as pessoas têm de utilizar o automóvel para aqui chegar.”
Teresa Pires, que é também a diretora técnica do polo comunitário, chama a atenção para outra questão. “Não há articulação entre o Ministério da Segurança Social e o da Saúde. Temos de nos ocupar da saúde dos residentes e das pessoas que frequentam o centro de dia. Gastamos imensos recursos humanos e financeiros com a saúde deles, mas só somos apoiados pela Segurança Social através de taxas fixas que não incluem a comparticipação nestes gastos extra” – descreve Teresa Pires, que reconhece ser este um problema generalizado nas instituições semelhantes.
Dificuldades que não impediram a cooperativa de conseguir captar fundos para instalar no polo comunitário uma sala de snoezelen, descrita como um espaço com um ambiente multissensorial que permite estimular os sentidos clássicos como o toque, o paladar, a visão, o som, o cheiro, assim como o sentido propriocetivo (noção do corpo e da posição em que se encontra) e o vestibular (relacionado com o equilíbrio).
Instalada como resposta ao aumento da incidência de demências entre os residentes e frequentadores do centro de dia, a sala é, dizem-nos, única entre todos os “lares” do Município de Loures e, provavelmente, de todo o país. Mas do que Teresa Pires não duvida é dos resultados “muito positivos que a terapia feita na sala provoca na recuperação de capacidades” de pessoas sofrendo de vários tipos de demência.
Não será apenas por ela que todos os entrevistados pelo 7MARGENS respondem “sim!” à pergunta se é naquele polo comunitário que querem acabar os seus dias. A amizade dos ‘velhos tempos’ contará bastante mais no firmar dessa vontade.